segunda-feira, 5 de maio de 2014

O Sol

Era apenas mais um dia
Sem nuvens escuras, que sugerem melancolia.
Um dia brilhante que convida o sorriso a boca
Um dia triste por colher a dor do poeta.
Talvez seja pura ingratidão.
Talvez, simplesmente, o Sol não seja suficiente.
E a estrela se esconde, não quer ver ninguém,
Lembra-se do tempo em que era o centro do universo,
Lembra-se do quanto à mentira pode fazer feliz,
Mas o Sol já não é rei deste universo, nem deus dor mortais.
O Sol é apenas mais um que está com os dias contados.
Além do mais, seus futuros bilhões de anos não lhe garantem felicidade,
Visto esta está na contemplação dos mortais,
Os estúpidos que o deixam de cultuar e o fazem objeto de estudo.
A radiante estrela perdeu seu tudo, mas seu tudo era nada.
Tudo que lhe resta são dias alegres e, por isso, melancólicos,
O sol inveja o reles mortal que o vê.
Ambos estão fadados ao sofrimento da existência
Causado pelo subjetivismo
Mas o reles mortal, além de seu pouco tempo de sofrer,
Porque existir é sofrer,
Pode retirar-se do palco de dor quando quiser.
Mas o majestoso ser brilhante não o pode.
Não lhe resta nada que não viver a brilhar
Até que a morte o torne feliz.

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