quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Virei poeta



Virei poeta de verdade.
Disso eu bem sei, já o sou.
Mas isso só é possível, beldade,
Porque teu riso me conquistou.

Aprendi que o poema não é nada!
Não diz nada e nem por isso é desprezível.
E quando penso em ti, namorada,
Tento dizer o que não é dizível.

Agora compreendo o filósofo, contudo,
O belo e o amor ao belo se mostram.
Simplesmente o falar não diz tudo.
O tudo é quando nossos lábios se tocam.

Uma foto




É só uma foto no smartphone
E diz tanta coisa para mim
Repito mentalmente, infinitas vezes, seu nome.
E, claro, entendo como é assim.


Seus lábios lembram-me o céu
Ainda que não possa lembrar-me de onde não estive
Mas, amor, a felicidade eterna tirou de si o véu.
Mostrou-me que ao teu lado ela vive.


Tenho Acordado tarde, amor,
Porque tarde durmo pensando em teu riso
Mas que não seja tarde, ó flor,
Para te dizer que és tudo que preciso.


Mas ainda preciso esperar.
É noite e não posso ir até ti, de fato.
Então contemplo tua foto, que para rimar,
Só essa noite a chamarei retrato.

Sinto falta



Eu sinto falta!
Sinto falta quando você vai.
Sinto falta quando você não vem.
Quando olho dentro de mim mesmo
E não encontro você.

Eu sinto falta!
Do seu riso infantil,
Do seu dedo de menina.
Sinto falta das suas histórias,
Das suas travessuras.

Eu sinto falta!
Sinto falta quando vejo sua foto.
Quando percebo que não sou sem ti.
Quando ouço uma música da Pitty.
Sinto falta do seu abraço quente.

Eu sinto falta!
Falta de tudo que não faz falta.
Falta de estar a sós com você.
Sinto falta do seu colo,
Do seu afago e sua doce voz.

Eu sinto falta!
Como sinto da sua bagunça.
Falta do seu querer ser alta,
Do meu beijar sua testa.
Falta de como éramos bobos.

Realmente sinto falta!
Falta de quando te completava,
De quando te fazia rir com minha presença,
De quando encarava à luz dos olhos teus,
De quando o estarmos juntos supria as faltas.

Sinto falta, muita falta!
De quando você se declarava com os olhos,
De quando você me achava perfeito
Ou quando ser imperfeito não era problema.
Quando éramos tristes sós e felizes juntos.

Há muito que não sentia falta
Pois você tem me completado
E tenho me acostumado a ser um com você.
Mas, ao ter medo de não mais sermos um,
Sinto falta de ser quem sou.

Escrevo...



Escrevo para ti, ó minha amada,
As palavras que tão incompetentes são.
Escrevo-te nesta madrugada.
Transcrevo os gritos do coração.

Desejo-te perto de mim.
Quero-te para o amanhã eterno.
Até faço prece para que seja assim.
Para que te tenha de inverno a inverno.

Aprendo contigo, ó minha doce amada,
A dominar os instintos de macho alfa, amor,
Ao mesmo tempo em que tento, ó adorada,
Ser forte para proteger-te da dor.

Tão inseguro sou eu, minha linda!
Tão insuficiente, tão sem brio ou valor.
E, ainda assim, esforço-me tanto, querida,
Para merecer teu beijo, ó flor.

Almejo tanto, em segredo,
Provar o quão te amo em verdade.
Enquanto no meu peito há sempre o medo
De não seu um contigo por toda eternidade.

Deus bom



Quão bom foi Deus para mim
Criou-me para viver ao teu lado.
E quando percebo isso, enfim,
Confesso tudo que fiz de errado.

Porque teus olhos são a prova, ó vida,
Daquilo que a razão não consegue explicar
Da nossa origem, doce querida,
De que fomos feitos para amar.

E por isso que Deus foi tão bom assim
Fez-me nascer, de todos os lugares possíveis, neste Estado.
Fez-me morar na tua cidade ao saber que, sim,
Eu só poderia ser feliz ao teu lado.