sábado, 14 de setembro de 2013

Nada e tudo

As vezes sou tudo,
Mas sempre sou nada
E quando aceito ser nada
Sou tudo!

Amanhã

Hoje eu não quero a beleza
Não quero o amor,
Não quero a paz,
Preciso de guerra dentro de mim.
Só por hoje, e talvez outro dia, não quero consolo,
Não quero a lua prata,
Quero apenas a minha dor.

Esta noite não quero festa,
Não quero sorrisos,
Não preciso de abraços.
Hoje, polpem-me dos beijos.
Polpem-me dos elogios.
Quero apenas contemplar minha mediocridade.

Hoje não quero ser bom,
Não quero ser sábio,
Não quero a linguagem,
Não quero a razão,
Não preciso de companhia,
Basta-me apenas sentir o desespero.

Não me escrevam poesias
Não me digam que o mundo anda bem
Não me falem sobre o mundo
Não me conectem ao real
Não amenizem minha dor
Deixem-me sofrer.

Só por hoje quero aprender a desaprender
Quero entender como desentender
Pensar sobre o não pensar
Falar sobre o não falar
Quero um banho gelado, uma cama fria
Um abraço dos olhos negros.

Preciso do não-lugar
Quero não acreditar em acreditar
Quero me perder em meio a todo mundo
Quero sentir toda a minha dor
Mas amanhã quero te ver
Olhar teus olhos negros,
Abraçar-te, curar-me da dor.